domingo, 6 de dezembro de 2009

SEMINÁRIO VIRTUAL DE INCLUSÃO E TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: SENSIBILIZAÇÃO



TRAJETO DE UM ALUNO COM DEFICIÊNCIA NUMA CLASSE INCLUSIVA

Com o objetivo de apresentar aos demais grupos do Seminário Virtual de Inclusão e Tecnologias Assistivas: Sensibilização como seria o trajeto de um aluno com deficiência auditiva numa classe inclusiva desde o início do ano letivo, o grupo D definiu o perfil de um aluno (fictício) com surdez profunda, que se comunica através da LIBRAS, porém, não é oralizado nem conhece a Língua Portuguesa. Foram apontadas e pesquisadas questões de relevância para tornar a classe e a escola desse aluno de fato inclusiva e elaborados conjuntamente, alguns materiais que servirão para apresentar o tema e possibilitar que professores possam aproveitá-los para a enriquecerem a sua prática pedagógica.
Esse seminário nos dará a oportunidade de conhecer as diversas soluções tecnológicas já existentes que possibilitam aos portadores de diferentes deficiências exercerem de forma cada vez mais plena sua cidadania e se fazerem mais presentes e visíveis em nossa sociedade.
Para melhor ilustrar esse momento do seminário o grupo D criou um Blog disposto no endereço: http://deficienciauditivapucrio.blogspot.com/ que constará uma pesquisa bibliográfica acerca do tema, sugerindo passos a serem seguidos diante de um longo caminho a ser traçado rumo à inclusão social na educação, facilitando esse processo com a utilização de tecnologias assistivas.
A seguir será apresentado um texto que foi criado coletivamente, abordando questões fundamentais para se trabalhar com um aluno com surdez profunda levando em consideração suas dificuldades específicas.


http://profsurdogoulao.blogspot.com/

PERFIL DO ALUNO (FICTÍCIO):
NOME: BRUNO SILVA
IDADE: 12 ANOS
SEXO: MASCULINO
SÉRIE: 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
DIFICULDADES ESPECÍFICAS: COMUNICAÇÃO ORAL E LÍNGUA PORTUGUESA
DEFICIÊNCIA: SURDEZ PROFUNDA

Para iniciarmos os estudos, os debates e as trocas de experiências nesse seminário precisamos compreender primeiramente o que vem a ser de fato TECNOLOGIA ASSISTIVA, pois só assim atingiremos os objetivos dessa atividade:


“Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.” (Comitê de Ajudas Técnicas, Corde/SEDH/PR, 2007).



Diante desse conceito buscaremos através das questões que serão apresentadas a seguir, sugerir posturas e ações para facilitar o acesso e as condições de trabalho educacional dos professores com os alunos com surdez profunda.


1. Preparação prévia do professor para iniciar o ano letivo o processo educacional com este aluno.




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Para que aconteça uma boa inclusão escolar do educando é necessário que haja uma cumplicidade entre professor e aluno. É também preciso que o professor esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de desenvolver métodos de conversação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento, seja ele visual ou auditivo.
Porém, apesar das muitas tentativas do professor, na maioria das vezes o aluno com deficiência auditiva necessita de atendimento em salas de recursos em turno inverso ao da aula. Nessas salas o educando irá desenvolver suas habilidades com auxílio de profissionais da saúde e professores especializados, pois em alguns casos um só professor pode "não dar conta" das necessidades do seu aluno.
Ao receber um aluno com necessidades especiais, o professor provavelmente se sentirá inseguro e com muitas dúvidas. O recomendável para que essas interrogações desapareçam que se procurem informações sobre a criança em seu ambiente familiar, com outros setores da escola e até mesmo com a simples observação de comportamentos do aluno.
Os colegas de turma também sentirão diferença ao conviver com essa criança, por isso é muito importante que haja uma prévia preparação desses alunos. Fazer brincadeiras em que toda a turma fique sem ouvir é interessante, pois assim perceberão quão delicadas é a situação do novo colega.
A afeição, a emoção, o carinho e a amizade entre o professor e a criança com surdez são componentes essenciais e fundamentais nas atividades de conversação e diálogo, isto é, na interação.
A comunicação visual é essencial, tanto para o aprendizado da língua portuguesa oral quanto para a aquisição da linguagem de sinais.
Para o desenvolvimento da comunicação visual ou auditiva da criança, é necessário que o professor desenvolva:
• O uso do olhar para a pessoa que está falando;
• O uso do apontar para o objeto somente depois de ter falado, ou seja, a criança olha primeiro para quem lhe fala e em seguida para o objeto;
• O uso dos turnos da conversação, ou seja, esperar a própria vez de interagir, proporcionando um bom entendimento do que lhe é passado.
Para que haja uma boa comunicação visual na relação professor/aluno é necessário que:
• O rosto do professor fique iluminado pela luz (isso não acontece, por exemplo, se ele se encontrar entre a janela e a criança);
• O rosto da criança deve estar na mesma altura do rosto do professor (uma posição completamente errada seria o professor de pé e a criança com surdez sentada aos seus pés);
• A posição ideal do rosto deve ser aquela semelhante a do locutor dos noticiários televisivos.
A criança com surdez que for inserida em uma classe comum do ensino regular, provavelmente irá necessitar de atendimento em outro turno, em salas de recursos para o desenvolvimento de LIBRAS, da língua portuguesa e para complementar as informações obtidas na classe comum.
A variedade de problemas enfrentados pela criança surda é tal, que muitas vezes apenas um professor pode não conseguir lhe prestar o apoio necessário. Ela poderá necessitar de profissionais da área da saúde e de professores para acompanhamento pedagógico, que poderá ser oferecido em turno inverso ao da escola regular.
Estes acompanhamentos podem acontecer em salas de recursos ou escolas especiais, num trabalho entre pedagogos, professores especializados, fonoaudiólogos e psicólogos.
O professor, ao receber um aluno com deficiência auditiva, provavelmente ficará inseguro e com muitas dúvidas. Poderão surgir perguntas como: Como é esse aluno? Como ele se comunica? Ele vai me compreender? Se eu conversar com ele me olhando, ele vai entender pela leitura facial?
Algumas dessas dúvidas podem ser esclarecidas através de conversas com a família, com profissionais da escola, com fonoaudiólogos, e também com a observação desse aluno.
Além do conhecimento sobre o assunto: Deficiência Auditiva, o professor deve ter atitude reflexiva diante da questão, usando a sensibilidade e o bom senso na solução dos problemas que poderão surgir a partir da relação aluno/professor.
Na sala de aula o aluno com surdez deve estar posicionado em um local onde possa enxergar o professor de frente, especialmente com seu rosto iluminado. Isso facilita a leitura facial, bem como pistas como gestos e expressões faciais e corporais.
É importante que o professor, ao receber em sua turma um aluno com deficiência auditiva, informe as outras crianças que irão receber um colega diferente.
Deve explicar-lhes que se trata de uma criança surda, que portanto, não poderá ouvi-los e nem falar com eles, mas que com o tempo encontrarão formas de interação.
Os alunos com surdez baseiam-se mais nas pistas visuais que nas auditivas. A utilização, em sala de aula, de recursos visuais facilita a compreensão e a aprendizagem do aluno.
Além dos recursos visuais, também podem ser utilizados objetos concretos como fotos, gravuras e desenhos. Ainda podem ser utilizados línguas de sinais, mímicas e gestos que ajudem a dar sentido ao que está sendo estudado.


2. Diagnósticos das condições do aluno para sua integração em sala de aula.



A sala de aula constitui um local de transmissão e recepção de conhecimento, o que acontece através da interação professor-aluno, conforme COUTINHO e MOREIRA (1992). É preciso levar em conta que cada indivíduo é um ser único, tem características próprias, é dotado de capacidades e dificuldades, e o professor precisa conhecer cada um para poder intervir de maneira significativa no seu aprendizado.
Nada substitui a figura do professor dentro da sala de aula, nem os mais avançados recursos tecnológicos se mostraram eficientes sem a orientação do mesmo. Ele precisa estar de coração e mente aberta, disposto a aceitar todos os seus alunos, interagindo com carinho e atenção, mostrando-lhes que são valiosos e capazes, só assim poderá cativá-los, e o processo ensino-aprendizagem se tornará mais fácil e prazeroso.
Uma criança surda exige maior dedicação do professor, pois pode tornar-se agressiva, egocêntrica, isolada, tímida, se não for atendida e/ou orientada. Características estas provenientes da dificuldade em se comunicar. Tais atitudes podem ser desenvolvidas por pessoas que não entendem e não são capazes de se fazer entender pelos outros. O primeiro passo é conquistar a confiança dessa criança, o que, às vezes, acontece mais facilmente na interação com os colegas, para então acontecer com o professor.
Surdez não é doença, os surdos têm especificidades próprias de sua cultura. A Língua de Sinais é o recurso à comunidade surda na aquisição da linguagem e no acesso ao conhecimento, sendo considerada a primeira língua dos surdos e a Língua Portuguesa a segunda. Ademais, tem uma estrutura própria, onde os sinais correspondem a conceitos que podem ter relação ou não com a realidade do que se está querendo representar. Constitui a acessibilidade para os surdos, e quanto antes à criança surda aprender LIBRAS, mais rápido será o seu desenvolvimento. É relevante que o professor também conheça e domine a Língua de Sinais, para que possa ensiná-la, com mais eficiência, e que as escolas tenham intérpretes de LIBRAS nas salas de aula com alunos surdos.
Descobrir que uma criança é surda é um acontecimento que traz muita angústia e sentimento de culpa aos pais, cujo resultado é a ansiedade que pode ser comprovada através de atitudes como abandono ou super proteção. A primeira iniciativa a ser tomada é buscar adquirir conhecimentos sobre o assunto. Os pais devem procurar ajuda especializada para obter informações a respeito das reais condições do filho. A partir do diagnóstico deve-se pensar sobre a educação da criança. Sabe-se que as crianças que têm a surdez ignorada pela família, no sentido de ser vista como sinônimo de invalidez pode ter uma boa socialização.
O comportamento de uma criança surda pode ser alterado devido ao fato de que seu desenvolvimento afetivo ou sua auto-estima não tenha sido trabalhada, afetando sua comunicação, seu comportamento psicofisiológico, na atividade psicomotora e o bom relacionamento familiar irão contribuir no desenvolvimento psicoafetivo da criança, que estará predisposta a integrar-se com outras pessoas.
Cabe ressaltar que a criança ouvinte tem, nos pais, um modelo e é com eles que aprende as primeiras palavras, podendo registrar cada ruído que acontece ao seu redor, enfim, suas interações são permanentes. Entretanto, esta não é a situação do educando surdo, e a aceitação dessa realidade é um grande passo que, com a orientação dos profissionais habilitados, contribuirá para que os pais sejam encorajados a enfrentar, com confiança, os desafios que deverão ser ultrapassados na educação do filho.
O ato de comunicar-se é troca, é interação e pode tornar-se um jogo interessante, se respeitadas às diferenças. Os alunos surdos possuem linguagem interna muito rica, possuem graus variados de informações que o saber formal tem potencial para expandir, e o reconhecimento desta potencialidade é fundamental para a escolaridade.
Junto à família, as crianças surdas têm ocupações como as crianças ouvintes, agem naturalmente, brincam, exprimem suas emoções, assistem televisão, praticam esportes, enfim, estão expostas a todo tipo de informações mesmo tendo dificuldades em absorvê-las plenamente, pois as informações acústicas não lhes são acessíveis.
Portanto, com o auxílio que lhes for dado, conseguirão compreender o mundo, e esse saber informal, utilizado no cotidiano, deve estar presente em sala de aula, junto aos colegas que servirão de mediadores entre o professor e a criança. Nesse processo de interação, pode se usar dramatizações, mímica, objetos, gravuras, fotos, entre outros.
Todo educador deve ter a visão de que seus alunos, deficientes ou não, têm em comum o desejo de aprender, de conhecer e de se auto-afirmar. E isto é comprovado quando se agrupam sem levar em consideração as diferenças apresentadas inclusão educacional da criança surda é muito importante, pois se ela for agrupada apenas com colegas que possuem esta deficiência, vai incorporar uma personalidade marcada pelo comportamento de surdez, na comunicação, na relação social, na linguagem e, assim, literalmente, a criança se torna realmente deficiente auditiva.


3. Adaptação do aluno à sala.




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A pessoa deficiente, independentemente de suas condições físicas, sensoriais, cognitivas ou emocionais, são crianças que têm as mesmas necessidades básicas de afeto, cuidado e proteção, e os mesmos desejos e sentimentos das outras crianças. Elas têm a possibilidade de conviver, interagir, trocar, aprender, brincar e serem felizes, embora, algumas vezes, de forma diferente.
A interação social depende da forma como a criança é recebida, acolhida, observada, ouvida e compreendida em suas necessidades. Essa forma de relação e comunicação influencia o desenvolvimento psicoafetivo e determina a maneira como a pessoa vai interagir com as pessoas, objetos e o meio em que vive.



4. Adaptações físicas da sala.



A sala de aula inclusiva propõe um novo arranjo pedagógico: diferentes dinâmicas e estratégias de ensino para todos, e complementação, adaptação e suplementação curricular quando necessários. A escola, a sala de aula e as estratégias de ensino é que devem ser modificadas para que o aluno possa se desenvolver e aprender.
Para receber um aluno com necessidades educativas especiais ou deficiência é necessário fazer uma preparação prévia da comunidade escolar.
Um dos itens dessa preparação prévia é a capacitação dos profissionais da escola no sentido de compreender o que vem a ser a deficiência, quais as possibilidades e limitações do deficiente. Para acolher este deficiente com êxito é bom que se faça na escola palestras, dramatizações com a comunidade (alunos, pais e funcionários) no sentido de estabelecer uma interação entre pessoas normais e pessoas com deficiências, despertando a sensibilidade para o novo, o diferente com vistas a estabelecer uma relação de respeito mútuo.
Outro item importante é fazer uma entrevista no ato da matricula e anotar as respostas dadas pela família com o objetivo de colher informações prévias que possam auxiliar no trabalho pedagógico com o mesmo, assim é importante que no ato da matrícula a família preencha um pequeno questionário diagnostico (entrevista) sobre o aluno, prestando esclarecimentos e informações importante tais como: (numero de pessoas na família, condições financeiras, possui algum deficiente? Qual a deficiência? Realiza algum tratamento ou acompanhamento?
Necessita de atendimento individualizado, de que tipo?Para sua interação com outras pessoas o que é necessário? Toma algum tipo de medicamento? Faz algum tipo de tratamento médico ou psicoterapêutico, qual? Com que freqüência? Tem alergia de alguma coisa? O que? Já estudou em alguma instituição anteriormente? Qual, como era sua relação com os professores, colegas etc.? Necessita de algum aparelho, ou condição especial para aprender, qual? Relate como tem sido a fase de aprendizagem deste aluno? Com que idade aprendeu a falar e andar? Qual a causa da deficiência? Que grau?
Mais importante que a caracterização da deficiência, das dificuldades ou limitações é procurar compreender a singularidade da história de vida de cada criança, suas necessidades, seus interesses, como interage, como se relaciona com as pessoas, objetos e com o conhecimento. É importante que o professor esteja aberto e disposto a realizar a escuta e acolhida dos desejos, das intenções, interpretar as expressões, os sentimentos, as diferentes formas de ação e comunicação. Para isso, o professor necessita do apoio e cooperação contínua da família para que juntos possam estabelecer estratégias que favoreçam o processo de desenvolvimento e aprendizagem.



5. Instalações e artefatos tecnológicos necessários.




www.acessobrasil.org.br


Segundo Verotti, 2009 “vai bem longe o tempo em que a voz, o quadro-negro e o giz eram as únicas ferramentas de trabalho do professor. Imagens, objetos, jogos, livros, filmes, músicas, tudo o que possa ser usado a favor da aprendizagem é bem-vindo e ganha importância ainda maior nos novos tempos da escola inclusiva. Afinal, além de proporcionar as aulas mais estimulantes, diversificar recursos é uma maneira de torná-las também mais acessíveis a toda às crianças tenham elas deficiência ou não.”
Alguns recursos tecnológicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem e comunicação entre pessoas com Deficiência Auditiva:
• Dicionário LIBRAS ilustrado, que correlaciona à língua portuguesa escrita e os sinais. (Governo do Estado de São Paulo, 2002).
• Software Falibras, que transmite a palavra em português para LIBRAS, capta a fala através do microfone e exibe no monitor a interpretação em LIBRAS na forma gestual e animada em tempo real. (Protótipo in CORADINI, 2003).
• Signwebmessage que é um protótipo de software cujo objetivo é utilizar a escrita da língua de sinais para comunicação assíncrona na Web que utiliza tanto LIBRAS como língua portuguesa (SOUZA & PINTO, 2002).
• Signtalk que é uma ferramenta para chat que consta da apresentação da LIBRAS, da escrita da língua portuguesa e da escrita da língua de sinais. (Em desenvolvimento in CAMPOS, 2001).
• Swedit que apresenta como principal funcionalidade, a edição de textos em língua de sinais escrita. (TORCHELSEN et. al., 2003).
No entanto, conhecendo a realidade de muitas escolas públicas no nosso país. Sabemos que a aquisição dos artefatos acima mencionados são inviáveis. Então cabe a escola utilizar os recursos disponíveis: como computadores conectados a internet, utilizar mais imagens que palavras, e programas como o PowerPoint etc.
Como exemplo, temos a EE Amyntas de Barros, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o desafio da professora de Ciências Joseane Maria Rachid Martins era ensinar alunos com deficiência auditiva. Ela pesquisou para enriquecer o conteúdo das matérias de 5ª e 6ª série com fotos, desenhos e vídeos. "A idéia é estimular e fixar a memória visual dos estudantes com deficiência auditiva e, de quebra, facilitar o entendimento de toda a turma", explica. "Utilizo muito mais imagens do que textos nas minhas explicações.


6. Soluções para entraves ao desenvolvimento didático devido à deficiência.



Equipamentos necessários instalados, sala de recursos pronta, professor-assistente a postos, estudantes com diferentes desempenhos nas diversas disciplinas. A inclusão está garantida? Não. Independentemente de possuir ferramentas tecnológicas, espaço e estratégias adequados, em alguns casos é preciso adaptar principalmente a essência do que se vai buscar na escola: o conteúdo. O educador tem de refletir com antecedência sobre o tema da aula e as possíveis flexibilizações para permitir que todos aprendam. As exigências na avaliação devem ser tão diversificadas quanto à própria turma.
"É preciso abrir o leque de opções e ferramentas de ensino", diz Maria Teresa Eglér Mantoan, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo. Ela enfatiza que incluir não significa diferenciar uma atividade para os que têm deficiência, mas aceitar e autorizar que cada um percorra seu caminho para resolver um problema, o que significa pensar em alternativas para quem tem dificuldade de percorrer a via tradicional.
Algumas atitudes podem viabilizar o desenvolvimento didático do professor frente a uma classe com alunos com deficiência:
• Respeitar a evolução de todos os estudantes é fundamental para garantir o avanço deles nas diversas áreas;
• Flexibilizar o tempo é muito útil nos casos em que, em função da deficiência, é necessário um período maior para aprender um determinado conteúdo;
• Um atendimento individualizado é oferecido ao aluno em todas as disciplinas;
• A flexibilização entra também no estabelecimento dos prazos de entrega das atividades. Se ele não as conclui no tempo regular das aulas, pode terminá-las no contra turno, ou em casa, com o auxílio da família.
• O assunto é o mesmo para todos, mas você deve buscar maneiras de torná-lo mais compreensível para quem precisa;
• Além de acessíveis, novos recursos tornam as atividades mais atraentes para a classe inteira;
• TV com acesso a pendrive disponível ampliam as possibilidades de exibição de vídeos, áudios, imagens e animações. Também recorre a apresentações teatrais, desenhos esquemáticos no quadro-negro e materiais para ensinar diversos conteúdos.


7. Ações de acolhimento coletivas, que incluam os demais alunos e outros atores da escola.



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O acolhimento dos alunos portadores de surdez não ocorre de uma hora para a outra. O resultado satisfatório é fruto de muita dedicação, trabalho e estudo das pessoas envolvidas em no processo de integração: aluno, professores, pais, psicólogos e assistentes sociais. O instrumento lingüístico utilizado pelos surdos é a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que estabelece possibilita uma comunicação entre os surdos e os não-surdos.
O aluno portador de surdez tem o direito à educação garantida por constituição, contudo, para que uma escola possa receber esse aluno é necessária uma série de adaptações:
• Estrutura física e material;
• Que a escola saiba a forma da comunicação do aluno;
• Que a escola tenha profissionais com formação, como intérprete de LIBRAS;
• As salas de aula não podem ter mais que 25 alunos, incluindo o integrado;
• Que sua idade seja igual à média da idade da turma
• Que a escola estimule a participação da família no ambiente de aprendizagem.
Aos professores também cabe uma série de requisitos como não tratá-lo de forma diferente, usar sinais na comunicação, colocar o aluno nas primeiras carteiras, falar pausadamente para que o aluno possa ler lábios e principalmente não ficar de costas.



8. Desenvolvimento de atividades visando integração com outros alunos.



A sala de aula inclusiva pode ser a melhor forma de desenvolver o aluno com surdez. Salas de aula comuns, com 15 alunos ouvintes e cinco surdos, se o professor simplesmente trabalhar LIBRAS em classe isso pode incomodar os demais alunos e, em alguns casos, gerar preconceito, tudo isso porque a atenção do educador é quase toda voltada para o aluno surdo. O que deve haver é uma aula em que seja mostrada ao aluno a importância das diferenças e que todos são iguais. A aula inclusiva não pode excluir os ouvintes. Por exemplo: no primeiro dia de observação, a professora chega à sala de aula e diz em linguagem gestual “bom dia”. A reação de alguns alunos ouvintes é questionar o porquê da educadora não falar já que ela “não é muda”. Com esses pequenos comportamentos, a presença de crianças surdas em sala de aula pode incomodar as demais. Se a professora iniciar a aula explicando os problemas da surdez, a dificuldade que os alunos encontram no dia-a-dia, o aluno ouvinte terá mais facilidade em relativizar.


9. Execução de exercícios e provas.




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Avaliar vai além de atribuir notas a conhecimentos adquiridos, é preciso compreender o que de fato foi assimilado pelo aprendiz e não puni-lo pelo que não conseguiu assimilar. O instrumento avaliativo do professor deve estar aliado à intencionalidade de promover a aprendizagem de fato, e não simplesmente para medir o nível de conhecimento do aluno.
Com os portadores de qualquer deficiência não deve ser diferente, inclusive com os surdos. Na avaliação do conhecimento adquirido pelo surdo o trajeto é contínuo e rotativo, há casos em que determinados conteúdos devem ser lembrados diariamente, conforme acontece com todos nós.
As atividades diárias dos alunos surdas devem ser recheadas de imagens (anexo I e II), palavras e sinais em LIBRAS, com o intuito de propiciar a interação entre as diversas línguas as quais a criança surda vivencia.
O aluno que já consegue falar e entender com fluência a LIBRAS poderá seguir seus estudos em turmas regulares com a ajuda de um professor intérprete, tanto nas explicações quanto nas avaliações, sejam elas escritas, orais, etc.
As avaliações de um aluno que já faz uso fluente da LIBRAS pode ser como a de alunos ouvintes, a questão que precisa ser respeitada é o fato de que o português escrito para o surdo é mais complexo do que para os ouvintes. O surdo tem dificuldade de identificar conjunções, verbos de ligação, sentido ambíguo das palavras. Desta feita a cobrança em relação ao português deve ser diferenciada para o surdo.
Histórias seqüenciadas são muito significativas na aprendizagem do surdo, pois apresentam mais sentido do que palavras ou frases soltas (Anexo III).
Outros recursos que também apresentam eficácia na aprendizagem das crianças surdas são os jogos de raciocínio como bingo e jogo da memória, por exemplo.
A aprendizagem de uma criança surda pode não acontecer no mesmo ritmo que uma ouvinte, porém isto não significa que a criança surda tem um potencial comprometido, pelo contrário, assim como todo ser humano aprende a seu tempo, de acordo como os estímulos a ele oferecidos, da mesma maneira, a criança surda tem sim potencial para aprender.


10. O aluno com deficiência auditiva.



Um aspecto a ser comentado é a classificação da pessoa com necessidade especial, passível de crítica por levar ao rótulo que tem a deficiência como uma desvantagem, um desvio da norma, ocasionando segregação e marginalização. Na perspectiva da inclusão, esse problema deixa de existir, pois todos estão sob o princípio da igualdade. Mas é inegável que cada aluno tem a sua própria história composta pelo seu ambiente familiar, social, econômico, emocional, além das suas condições orgânicas. Especialmente na deficiência auditiva, a "história" do aluno precisa ser conhecida para ser mais bem aproveitada. Mais do que isso, é determinante quanto ao tipo de escola e recursos que podem proporcionar seu melhor aproveitamento.
Couto-Lenzi (1997) expõe muito claramente a condição do indivíduo com deficiência auditiva. Sua única limitação seria na percepção dos sons, que pode afetá-lo em diferentes graus. Mas o avanço científico e tecnológico é capaz de proporcionar dispositivos que favorecem sua capacidade de compreensão.
O grande obstáculo é o acesso a tais aparelhos e aos atendimentos especializados. Se o AASI hoje é oferecido pela rede pública a exemplo do serviço realizado no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais-USP, em Bauru-SP, o atendimento terapêutico está longe de ser uma realidade para a criança deficiente auditiva.
Sob este aspecto, há o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania e, há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio-econômico-cultural da sua família.
Historicamente, segundo Soares (1999), a educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir.
Ainda hoje o trabalho com o deficiente auditivo é controverso. Existem duas grandes linhas: a oralista, com métodos que utilizam o treinamento oral, e a Língua de Sinais. De acordo com Bueno (2001), o século XIX caracterizou-se pelo domínio da linguagem gestual sob influência do Instituto de Surdos de Paris, criado pelo Abade de L`Epée. Em 1880 o II Congresso Mundial de Educação de Surdos, em Milão, considerou o oralismo como o método mais adequado, pela possibilidade de integração do indivíduo à sociedade.
No entanto, o sistema educacional com classes e escolas especiais favoreceu a segregação e o surgimento das comunidades surdas. Nos anos 70, a partir dos EUA, movimentos favoráveis à Língua de Sinais como uma língua mais completa, que permitia o desenvolvimento global dos surdos, culminaram na proposta bilingüe que defende o acesso a Língua de Sinais, da comunidade surda, e a oral e escrita, do grupo majoritário.
No Brasil, a maioria dos deficientes auditivos que tem acesso à escola e atendimento especializado tem sido tratada por métodos que visam a comunicação oral. Se por um lado muitas crianças apresentam bons resultados com este método, outras, devido à perda auditiva profunda ou a dificuldades próprias, não conseguem o mesmo aproveitamento.
Em se tratando de aluno com deficiência auditiva, o que parece certo é que não se deve pautar pelo maniqueísmo; não há uma regra ou uma receita que garanta o bom resultado. Cada criança tem sua história e, sem dúvida, o professor e a escola terão papel decisivo no seu desempenho.
De qualquer forma, por uma ou outra opção, poucos são os casos bem sucedidos. O motivo real do fracasso não parece estar, pois, nessa escolha, feita pela família ou imposta pela conjuntura onde a mesma se insere. Parece lícito supor que o desenvolvimento insatisfatório dos surdos sofreu até agora as mesmas conseqüências da falta de uma política educacional democrática efetiva que extrapolasse os muros escolares e permeasse a construção dos futuros cidadãos, sem os preconceitos até agora arraigados.
Uma pesquisa que ilustra as dificuldades enfrentadas pelos deficientes auditivos na escola foi realizada por Gatti (2000), em Bauru-SP. A autora analisou 27 deficientes auditivos com 7 a 14 anos, matriculados em escolas regulares ou não. Constatou que 92,5% freqüentavam o ensino regular, porém, o sistema educacional não oferecia um atendimento adequado, pois os alunos com perda auditiva grave (22,2%) necessitavam de recursos que não estavam disponíveis. As famílias adotaram procedimentos paralelos, tais como terapia fonoaudiológica e reforço pedagógico, para que esses alunos, principalmente os que apresentavam perdas graves, tivessem meios para um processo de reabilitação mais eficaz e com possibilidades de sucesso.
Dentre os indivíduos pesquisados, 70,3%, freqüentava a rede pública de ensino e 14,8% a rede particular. Dos que se encontravam na rede particular, 48,1% faziam também reforço pedagógico. Em relação aos alunos da rede pública, somente 7,4%, com perdas auditivas de severa a profunda, freqüentavam a classe especial.
A pesquisa mostrou também que os indivíduos com perda de audição de grau leve a moderado não encontraram grandes obstáculos para o processo de escolarização e freqüentavam séries compatíveis com a faixa etária (40,8%). Já nos 22,2% dos indivíduos com perdas severas a profunda, ficou evidente a dificuldade acadêmica diante da incompatibilidade da faixa etária com a série escolar.
De acordo com dados do Censo Escolar do MEC até 1999 (Brasil, 2001a), os deficientes auditivos constituíam 12,8% dos alunos matriculados com necessidades especiais. A grande maioria (31.825 de um total de 47.810) estava no ensino fundamental. Apenas 899 tinham chegado ao ensino médio. A pré-escola, essencial para o desenvolvimento da criança deficiente auditiva, contava com apenas 6.618 alunos matriculados. Tais números mostram o insucesso do deficiente auditivo no sistema mantido até então, apesar dos recursos disponíveis: ensino itinerante, sala de recursos e classe especial.


11. Interação com a família do aluno.




Na sociedade contemporânea em que vivemos precisamos de pessoas com um modelo social que busquem soluções para as necessidades dos educandos, por diferentes que sejam, precisamos de pessoas com espírito critico e capaz de agir com autonomia e com alternativas a fim de diminuir a distância entre o que se aprende e o que se ensina, de significativo conhecimento contribui para a sua vida como cidadãos.
Possibilitando-nos a autogestão, poder de decisão, de participação, de refletir, interagir, saber fazer, agir, pensar, conviver. Assim nos questionamos qual é o papel do educador com a inclusão? E nossos governantes o que vem buscando para a formação desse professor que é tão importante na ação formadora do educando, mas esse educador precisa de recursos de estímulos por partes dos nossos governantes.
Precisamos de atitudes que são fundamentais na educação como: o educador estar comprometido com a inclusão, buscar realmente saber o que os alunos precisam aprender buscar respeitar o potencial de cada um com igualdade. Acreditar que o Deficiente auditivo é capaz de aprender, verificar se o aluno deficiente se ele quer partilhar dados sobre sua deficiência e só em caso afirmativo passa essa informação para outras pessoas. Se esse aluno ouve e qual o grau de dB do mesmo.
Para se ter uma Educação Inclusiva, precisa que o educador tenha responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Saber assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula. Ter materiais adaptáveis para esses alunos, para assim satisfazer a necessidade do mesmo.
Existir parcerias entre a escola/professor e acompanhamentos psicológicos/fono audiológico e assim beneficiar a prática educativa em geral e a educação inclusiva na sala de aula.



12 - O papel da família na prática inclusiva.



Quando se estabelece o diagnóstico de uma deficiência de um membro da família, provoca-se uma série de reações emocionais nos demais membros familiares que às vezes fazem perigar o equilíbrio entre todos eles. Raramente o fato serve para unir o casal. Com maior freqüência, ele representa conflito, ás vezes até acusações ou repressões por parte de um dos pais ou membro da família, e daí geralmente se instala uma atitude permanente de ansiedade, e às vezes mesclada a sentimentos de vergonha e culpa, pois para o pai da mesma forma que para a mãe, o filho que esta para nascer é um prolongamento de próprio eu, em que se podem projetar todas as esperanças e de realizações.
Quando os pais tomam consciência de que o filho sofre de uma deficiência de qualquer tipo, no momento do nascimento, ou se descobrem os fatos quando a criança já esta maior, a noticia sempre constitui um golpe forte, e essa descoberta provoca frustrações intimas e uma decepção que algumas vezes torna-se irreparável, tanto para a família quanto para a criança especial.
Os pais experimentam emoções intensas e conflitantes, eles sofrem de choque, de amargura, uma sensação de descrença e magoa. Sentem pena do filho, que se torna "coitadinho", outras vezes ficam completamente desestruturados ao procurar aceitar o problema, acreditam que se trata de uma vida diminuída e incompleta, sem grandes realizações.
A percepção, ou seja, o reconhecimento de que a criança é excepcional é normalmente dado confirmado pelo profissional médico, educador, psicólogo, ou outros, dependendo da gravidade do problema, onde muitos pais sentem dificuldade em aceitar o fato, procurando até ignorar ou emitir a verdade.
É importante a família propiciar condições básicas de amor, apoio, ao crescimento, maturação, e integração social, pois a família é a unidade principal a ser considerada quando se fala de oportunidades para pessoas portadoras de deficiência. São na família que são geradas concepções, expectativas, e, sobretudo as buscas para novas situações e por isso precisam ser apoiadas e informadas o bastante, podendo ela definir caminhos conscientes.
Mas o que é uma família? Pai mãe, filhos, avós... Todos sabem que a família é muito mais que isso. Segundo ACKERMAN (1986):
"Família é a unidade de desenvolvimento e experiência, realização e fracasso, saúde e enfermidade”, portanto a família deve ser uma presença constante, não para superproteger, mas para servir de apoio moral, afetivo, enfim, é a estrutura do ser humano, em seu desenvolvimento. "
Educar é transmitir aos filhos os costumes, valores e normas, como forma de um ambiente saudável e acolhedor. Não é preciso que os pais sejam perfeitos, mas devem estar atentos sensíveis e humanos no amor, confiança e estímulos para com o filho especial.




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13 - Considerações finais



Na sociedade contemporânea é comum nos depararmos com crianças com necessidades educacionais especiais na sala de aula do ensino regular, existem muitas crianças, jovens e adultos com deficiência mais comprometidos que vem permanecendo por muitos anos na condição de incapazes de aprender e produzir.
Em outros tempos se coloca o deficiente auditivo como louco que poderia sair de casa, acreditavam que era possuído pelo demônio. E era excluído da sociedade. Os surdos eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. Dessa forma gerava sentimentos e atitudes que iam de rejeição, passavam por piedade e chegava à super proteção.
Com os estudos e a evolução da própria ciência, se começou a procurar explicações sobre as causas das deficiências, as quais eram consideradas, do ponto de vista médico, doenças de caráter hereditário, males físicos ou mentais.
Vários educadores viram as possibilidades existentes na integração e na participação do indivíduo com deficiência no âmbito escolar. Perceberam que eles também apresentavam condições humanas de se expressarem com diversidade, de maneira específica, com condições de participarem do ensino regular de acordo com adaptações necessárias e viáveis para sua aprendizagem.
Diante da busca incontrolável pela inclusão da pessoa com deficiência na sociedade e, principalmente na educação, realizou-se, em 1994, uma conferência na cidade de Salamanca, Espanha, com representantes do mundo todo, da qual resultou um documento denominado Declaração de Salamanca.
Dessa forma nós educadores com a ajuda de nossos governantes buscamos lutar contra a exclusão. Para que essas pessoas possam ter no mínimo a dignidade humana e do gozo e exercício dos direitos humanos.
Hoje se na educação, essa situação se reflete no desenvolvimento de estratégias que possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidades. As escolas integradoras constituem um meio favorável à construção da igualdade de oportunidades e da completa participação; mas, para ter êxito, requerem um esforço comum, não somente dos professores e os demais profissionais da escola, como também as famílias e voluntários. As necessidades educativas especiais incorporam os princípios já comprovados de uma pedagogia equilibrada que beneficia todas as crianças. [...] (BRASIL, 1994, p. 23).
A Declaração de Salamanca permite perceber a real importância da inclusão da pessoa com deficiência na educação, pois seu convívio e aprendizado com outras pessoas só lhe trará benefícios e crescimentos, tanto em âmbito educacional como social.
Inclusão significa responsabilidade governamental, bem como reestruturação da instituição que receberá o indivíduo com necessidades especiais, tornando-se apta a dar resposta às necessidades extremas de todos os seus alunos.
Para que se possa realmente efetivar uma inclusão satisfatória da criança surda na Educação Infantil, é indispensável se ter esta criança dentro do âmbito escolar infantil, como também se faz necessária à capacitação dos educadores em língua de sinais.
Diante de tantos conceitos, é importante salientar que, para haver inclusão, é necessária uma mudança nos paradigmas, na percepção do que é educação, sendo que a formação de novos valores deve partir do respeito às diferenças e do aprender a conviver com os diferentes ao conhecimento e à cultura e progredir no aspecto pessoal e social.
Assim, no processo de inclusão, a criança com necessidades educacionais especiais não pode ser vista apenas por suas dificuldades, limitações ou deficiências. Deve ser vista na sua dimensão humana, como pessoa com possibilidades e desafios a vencer, de forma que os laços de solidariedade e afetividade não sejam quebrados.
Atrasos significativos nas habilidades de leitura e escrita são observados na comunidade dos Surdos. Muito tempo se acreditou que esta dificuldade teria uma ligação patológica com a surdez. Muito pelo contrário, o surdo é uma pessoa sadia e não encontra dificuldades em adquirir uma linguagem; o problema se concentra em sua educação. Muitas destas crianças chegam à escola apresentando uma defasagem de idade importante, se comparadas as crianças ouvintes. Grande parte delas é encaminhada a escolas que só estão preparadas para atender a comunidade ouvinte.

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